No dia 6 de Agosto de 1910 nascia, em Campinas, interior de São Paulo, João Rubinato, que anos mais tarde o Brasil conheceria como Adoniran Brabosa.
Filho caçula, entre sete irmãos, de imigrantes italianos que chegaram ao Brasil 1895, João Rubinato teve uma infância típica das famílias operárias do início do século XX. Em 1918, a família muda-se para Jundiaí. Francesco Rubinato, seu pai, trabalhava como operário na construção da ferrovia São Paulo Railway. Ainda criança, João Rubinato ajudava seu pai na construção da ferrovia. Mais tarde, seu primeiro emprego era de entregador de marmitas no hotel da cidade. Depois disso, trabalhou como varredor na Fábrica de tecelagem Japir.
Em 1932, a família Rubinato muda-se então para a capital paulista. Seu primeiro emprego aí foi de metalúrgico no Liceu de Artes e Ofícios, emprego que durou pouco por conta dos efeitos do esmerilhamento de ferro fundido em seus pulmões. Depois, João Rubinato foi pintor, mascate, vendedor e entregador.
Iniciou sua carreira como ator de rádio e humorista, lançando vários personagens para os programas. Foi também ator de cinema.
Mas foi como compositor e sambista que João Rubinato ganharia fama, mas não apenas isso. Foi como cantor da vida cotidiana da São Paulo em desenvolvimento rápido, que deixava para trás o passado rural, que João Rubinato se tornaria um dos maiores nomes da cultura popular nacional.
Adoniran canta a metrópole em plena formação com seu progresso técnico e a vida da população mais pobre. Adoniran canta, como ninguém a vida da classe operária, seus problemas, suas dificuldades, as injustiças contra os mais desfavorecidos.
Poucos sambistas conseguiram falar sob tantos pontos de vista sobre a vida da classe operária. Falou dos despejos, das enchentes, da exploração nos canteiros de obra, do trabalho nas fábricas. E isso só pode ser explicado pelas condições de sua época. Adoniran retratou aquilo que via.
O seu primeiro sucesso como compositor vira canção muito conhecida nas rodas de samba, das casas de espetáculo: “Trem das Onze“. É bem possível que todo brasileiro conheça, senão a música inteira, ao menos o estribilho, que se torna intemporal. Adoniran alcança, então, o almejado sucesso que, entretanto, dura pouco e não lhe rende mais que uns minguados trocados de direitos autorais.
Adoniran Barbosa morreu em 23 de novembro de 1982, aos 72 anos de idade.